Cerca de 72% dos brasileiros relatam algum tipo de problema relacionado ao sono sendo a insônia sua principal problema, em paralelo a isso, de acordo com um levantamento feito no Google, foram realizadas mais de 17,5 milhões de buscas no Google pela palavra melatonina em 2024.
Isso evidencia uma coisa muito séria, as pessoas acreditam que melatonina pode tratar os problemas de insônia o que não é verdade.
Lendo uma matéria feita pelo Instituto do Sono daqui de São Paulo, 55,1% dos entrevistados alegou dificuldades para dormir. tendo as principais causas com preocupações relacionadas exposição a telas e insegurança financeira.
Telas e Insônia, qual a relação?
A luz azul, especialmente em níveis elevados e durante a noite, reduz a produção de melatonina pela glândula pineal. A melatonina começa a ser liberada naturalmente ao anoitecer, sinalizando ao corpo que é hora de dormir. No entanto, quando expostos à luz azul, nosso cérebro interpreta que ainda é dia, atrasando o início da produção de melatonina e, consequentemente, a sensação de sonolência.
Um estudo publicado no Journal of Clinical Endocrinology & Metabolism revelou que a exposição à luz azul durante a noite reduz os níveis de melatonina em até 85%. Outro estudo, publicado na revista Proceedings of the National Academy of Sciences, comparou pessoas que liam em dispositivos eletrônicos com aquelas que liam livros impressos antes de dormir. O grupo exposto a telas demorou mais para adormecer, teve menor quantidade de sono REM e se sentiu mais cansado na manhã seguinte.
Neste caso, o uso de suplementação de melatonina terá pouco, ou nenhum efeito, a longo prazo pois, na prática você está "tampando o sol com a peneira", só está tentando compensar o que perdeu devido ao mau habito.
Stress e insônia, uma sinergia problemática!
Aqui tem alguns aspectos que considero relevante em falar, o primeiro é a interferencia no eixo HPA.
Situações de preocupação induz uma ativação do eixo Hipotálamo-Pituitária-Adrenal (HPA), isso porque, para o corpo o stress elevado é interpretado como sinal de perigo de vida, semelhante aos perigos que nossos antepassados tinham morando em cavernas e caçando.
Bioquimicamente o núcleo supraquiasmático (NSQ), localizado no hipotálamo, é o principal regulador do ritmo circadiano e controla a produção de melatonina pela glândula pineal.
- Sob condições normais, o NSQ responde à ausência de luz, sinalizando a pineal para iniciar a síntese de melatonina.
- Altos níveis de cortisol alteram a atividade do NSQ, confundindo o sinal noturno para a produção de melatonina.
A ativação do eixo HPA promove duas coisa:
Aumento de cortisol: O hormônio cortisol é liberado para ajudar o corpo a lidar com situações de estresse. No entanto, altos níveis de cortisol à noite podem interferir no início e na manutenção do sono, já que o corpo permanece em estado de alerta.
Redução da melatonina: O cortisol elevado também reduz a produção de melatonina, dificultando o relaxamento e o início do ciclo do sono.
O cortisol e a melatonina apresentam ritmos opostos no ciclo circadiano, o cortisol atinge seu pico pela manhã, promovendo o estado de alerta. A melatonina atinge seu pico à noite, induzindo a sonolência.
Quando os níveis de cortisol estão elevados de maneira atípica, especialmente à noite (como em situações de estresse crônico), o ciclo circadiano pode ser desregulado, comprometendo a síntese da melatonina.
Essa interação ocorre porque o cortisol também modula os neurônios do NSQ, podendo inibir os sinais que estimulam a pineal.
Uma suplementação de Melatonina terá efeito muito pequeno pois o problema é o stress, em casos como este a sugestão é buscar um sedativo leve, existem Fitoterápicos bastante efetivos nesse contexto e que pode ajuda-lo.
O que fazer?
Não existe bala de prata para tratar insônia mas, considerar ela algo "normal" e parte da sua rotina de vida trará dezenas de problemas para sua saúde física e mental.
Caso precise de ajuda me procure.
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